Reflexão sobre Nossa Peça, Nossa Vida.
Se nossa vida é um palco, podemos concluir que vivemos diariamente como se fizéssemos parte de um grande teatro.
Camus diz que que o vazio ontológico do universo, vai contra o intrínseco desejo humano de se buscar um significado metafísico neste Teatro que Esslin descreve como ABSURDO.
Depois da opressão da dúvida, vem sempre a tirania do pensamento, onde eu estou sempre certo e você está sempre errado.
O certo e o errado transcorrem em um embate sem vencedores, porque o certo muitas vezes é cercado de preconceitos que se tornam irrelevantes ao longo do tempo.
Aquilo que foi pecado no século XV, hoje pode ser até uma virtude.
O ser humano busca atenção neste teatro da vida, e faz tudo para conviver com pessoas que para ele faz sentido ter ao seu lado, e compartilhar as coisas boas, e até as agruras da vida.
Simone Weil diz que “a atenção é a forma mais pura de generosidade”.
Penso, logo existo. Me dão atenção logo agradeço pela imensa generosidade que o ser humano é capaz, de restabelecer os laços e os nós desatados pelo tempo.
Este ano de 2023 nada difere daqueles que vivemos há cinquenta anos. Só que agora somos atores mais velhos, e cansados, experientes e amadurecidos, muito mais sábios, além de abrandados pelo fogo do tempo. Mantemos o talento e os defeitos que sempre tivemos, mas ainda temos que lidar com intolerâncias de um passado que já não mais existe.
Este palco é o mesmo, mas a peça é nova e acabo de demitir o diretor.
A partir de hoje eu mesmo dirigirei esta peça.
Cheers!